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Thursday, January 10, 2013

Como não começar o ano



Fim de ano no SESC Bertioga, a uns 100 km de São Paulo. Lugar pra lá de bonito, muitas árvores, muita paz, muito espaço, sem carros e sem barulho alheio. O mar ali pertinho, piscinas, todas as refeições incluídas, ampla escolha. Atividades para as crianças, biblioteca, internet -  e o mais importante - a possibilidade de deixar eles irem e virem sem ter que se preocupar muito.

Descemos no dia 28 de Dezembro, uma sexta-feira. Combinamos de sair  as cinco da manhã. O problema é que a Jú havia ficado de levar uma cópia da chave de nossa casa para a mãe dela na noite anterior e acabou não o fazendo. Resolveu que levaríamos a chave então quando saíssemos de casa, mas eu me preocupei pelo fato da casa da mãe dela ser na direção contrária de onde deveríamos sair de São Paulo, com isto na cabeça dormi quase nada e o resultado foi que as três da manhã lá fui eu de moto deixar a cópia da chave na portaria do prédio de minha sogra. Voltando eu fiz um café e acordei todo mundo. Meu medo era pegar muito trânsito pelo caminho. Saímos e o sol nem tinha apontado a cara ainda. Eu dirigi, e não pegamos trânsito nenhum. O resultado foi que era umas sete horas quando chegamos lá. O escritório só abriria as oito e nós só poderíamos entrar na casa que nos havia sido alocada as onze. Bom, a vantagem é que poderíamos já entrar e usufluir das facilidades a partir do momento que eu fizesse o nosso cadastro na portaria.

No geral nossa estadia foi muito gostosa. Dividimos uma pequena casa com dois quartos - quatro camas em cada quarto mais uma retrátil extra - com a minha cunhada Dani e seus dois filhos pequenos. Meu sogro foi também e ficou no quarto com minha cunhada. Meu cunhado apareceu no sábado e ficou até o fim da estadia, que foi no dia 2 de janeiro.

Nossos dias se alternavam em ir para a piscina ou um pequeno parque aquático que tinha lá também, passar tempo na biblioteca, ir pescar - algo que fiz umas três vezes com os meus filhos, mas sem muito sucesso. Também andamos de caiaque, praticamos stand-up paddling ( uma atividade que está virando moda aqui no Brazil e que eles estavam apenas experimentando no SESC), foi muito bom. Adriano levou sua bicicleta nova e andou muitos quilômetro por todo o SESC, alguns dias eu alugava uma bicicleta para o Luca também e eles se divertiram bastante.

No dia 31 de Dezembro eu levei um susto quando o Adriano demorou muito para voltar de um de seus passeios de bicicleta - quase paniquei. Na verdade ele dava sempre pequenas voltas e eu estava acostumado a vê-lo passar na frente da casa ou ver sua bicicleta encostada próxima da biblioteca. Mas neste dia ele demorou a aparecer e eu comecei a andar pelo SESC a procura dele e nada. Me lembrei que ele havia encontrado uns amiguinhos de São Paulo noutro dia e havia combinado de ir na casa deles para jogar banco imobiliário, eu fui até lá checar e nada. O que aconteceu foi que eles me haviam dado o número errado e ele estava mesmo com os amiguinhos jogando e voltou só quando já estava escurecendo e até ai eu já havia alertado o serviço de segurança do SESC e acumulado uma pilha de nervos.

No dia 31 de Dezembro nós tínhamos duas mesas reservadas em um grande salão para a festa de fim de ano ( graças ao meu cunhado que se incomodou de ir lá e nos inscrever no sorteio ) Estava tudo muito bonito e o clima era bom, porém o meu pequeno ciclista estava caindo de sono e eu acabei saindo antes da meia-noite para levá-lo dormir. Quando os fogos de fim de ano vieram ele já roncava profundamente e não se acordou por nada.

A estadia foi particularmente prazerosa para mim por eu ter combinado um detalhe muito importante com a minha esposa, a de que cada um faria o seu próprio horário. Nada me estressa mais do que ter que ficar esperando um monte de gente se aprontar para podermos fazer sempre tudo junto, principalmente pelo fato de que eu, mesmo estando de férias, me acordo com o sol e as vezes antes dele. O horário do café da manhã era das 7 as 10 e eu geralmente estava lá antes das oito com as crianças que já haviam acordado, geralmente a Melissa que acorda sempre comigo. A mesma regra valia para o almoço e o jantar, mas ai, já que todos estavam acordados mesmo geralmente fazíamos estas refeições juntos.

Comemos muito durante este período. Difícil não comer. A variedade era grande, tudo bem apresentado e preparado. Ao fim da estadia um de meus shorts já não fechava.

Sem resoluções este ano, sem promessas. No primeiro café da manhã do ano, eu e Melissa. Já depois da minha terceira xícara de café e dos vários pães de queijo, eu resolvo comer um pouco de cereal e nisto quebro em um grão de alguma coisa um pedaço de um incisivo lateral.  Que tristeza! Eu, que já não sorrio tanto tinha um impedimento maior agora. Já me envergonho de meus dentes, com esta nova fresta agora não queria abrir a boca por nada. Mas o que fazer, o negócio é voltar a São Paulo e ir atrás de um dentista.

O retorno a São Paulo foi um pesadelo. O dia já amanheceu chuvoso e foi assim o dia todo. Neste último dia nos podíamos ficar com a casa até as 3 da tarde. Assim almoçamos e arrumamos nossas coisas tranquilamente. Na saída, uma pessoa chegando nos avisou que havia alagamento no caminho de volta e que deveríamos esperar. Ficamos na biblioteca mais um pouco, minha cunhada se foi com as crianças e meu sogro. Lá pelas 4:30 eu liguei para ela para saber onde estavam, ela disse que o trânsito tava lento mas que estavam indo e que não havia encontrado alagamento algum. Resolvemos ir então. A estrada litorânea ( BR101) em direção a Santos estava até boa, mas foi só nos aproximarmos um pouco de Cubatão que a coisa parou mesmo. Dali até São Paulo viemos a passo de lesma. A chuva esparsa por vezes se intensificava e complicava ainda mais a situação. No trecho próximo a Cubatão, onde eram só duas pistas, milhares de carros se afunilavam depois do pedágio para entrar nestas pistas. Nossa esperança era que na Imigrantes as coisas melhorassem um pouco. Minha cunhada ligou dizendo para mantermos a esquerda quando fossemos entrar na Imigrantes, pois uma das pistas que desce havia sido liberada para a subida.  Para nossa surpresa, quando chegamos ali percebemos que todas as pistas estavam liberadas para a subida, ou seja, eram oito pistas para voltar a São Paulo. Nunca vi tanto carro na minha vida. Chegamos a São Paulo as 10:30 da noite, não fossem estas pistas extras acho que chegaríamos na manhã do dia seguinte.

Ir para o litoral em época de férias exige realmente muita coragem e paciência.

O fim de ano foi ótimo, mas o início, com dente quebrado e mega trânsito não foi nada bom. Mas daqui em diante eu assumo a responsabilidade de melhorar meu ano. Sei que depende de mim e mais ninguém. Um pouco de sorte ajudaria, mas não posso só ficar esperando.



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