O outro lado do consulado

Semana busy meu.
Hoje recebi meu essay de volta. Achei que demoraria semanas, mas a minha tutora pelo jeito controla bem a situacao e eh organizadissima. Ela me deu um 66 ( faco piada? Nao, deixa pra la) que pra mim esta otimo. Ainda tenho que ler os comentarios dela no meu essay, mas pra mim o importante e que passei num dos requisitos do curso, que era completar seis essays com uma nota maior do que 50%, o que eu fiz. Agora falta so o exame final.

Ontem eu fui ao consulado italiano para resolver o lance dos passaportes. Como eu ja escrevi em um blog anterior, eu havia telefonado o consulado dizendo que precisava pagar o selo do passaporte, ja que a gente ira viajar e os selinhos estao vencidos. A logistica pra sair de casa e braba. Eu ja havia preparado o Luca no dia anterior, dizendo que o papai teria que sair com a mamae de moto pra resolver uns papeis para podermos viajar e com ele concordou. Mas ontem, alguns minutos antes de sairmos, ele acordou e foi aquele escandalo de acordar a vizinhanca e pra piorar, a moto fria da Ju nao queria pegar e ficamos ali na frente de casa prolongando a angustia do Luca, que ainda de pijama chorava e gritava. Fiquei com pena eh do Tomas, que ficaria a manha toda com os dois.
A moto tossindo e de ma vontade foi embora. Fomos de moto para eu nao ter que pagar os oito pounds de congestion charge (uma taxa que o prefeito introduziu acho que ha dois anos atraz, para carros entrarem no centro de Londres). Para ir de trem sairia mais caro tambem, pois teria que pagar metro ainda por cima. Assim, combinamos que eu deixaria a Ju no emprego dela, faria o que tinha pra fazer e depois passava la no trabalho dela pra deixar a moto e pegaria entao um trem para voltar pra Woking.
Chegando ao consulado, estranhei que nao tinha a fila costumeira la fora. Dentro, tinha tambem bem pouca gente. Me lembro das minhas visitas ao consulado com tristesa e arrepio. O lugar era sempre lotado e voce tinha que ficar horas esperando pra ser atendido. O servico, ao contrario do que se recebe no consulado brasileiro, eh terrivel. O povo trabalha com uma puta ma vontade e nao faz o minimo esforco pra lhe ajudar quando as coisas nao estao dando certo, lavam a mao e lhe mandam pra casa sem se importarem das horas que voce passou ali esperando. Nestas minhas esperas, presenciei varias discussoes de pessoas frustradas com o atendimento deste consulado.
Mas desta vez eu fui tranquilo, pois so tinha que pagar o tal do selinho e pra pagar algo todas as forcas misticas do mundo conspiram pra que este processo seja rapido e sutil. A moca do guiche pegou os tres passaportes, olhou rapidamente e perguntou onde eu estava indo, eu disse que iria pra Sardegna, e ela disse que eu nao precisava pagar nada, pois so paga quem esta indo pra fora da Comunidade Europeia. Minha reacao foi uma combinacao de espanto com alivio, temperado com um molhinho de incredulidade. Mas como a gente so vai pro Brasil e chegando ao Brasil saca o verde-amarelo, acabamos sem carimbo nenhum no passaporte italiano e portanto nao temos que pagar a tal da taxa. Menos mal.
Alguns avisos na parede do consulado anunciando um servico de pedido e renovacao de passaporte pelo correio explicou um pouco a ausencia de pessoas naquele muito distinto estabelecimento.

Dali, nao resisti e resolvi passar por Mayfair, pra ver a loja da UPS na qual eu trabalhei durante varios anos, e que foi vendida resultando na minha mudanca pra Woking. O local estava sob reforma, mas ja com a fachada de uma empresa aerea Russa. Subi pela Berkeley Square e fui em direcao a Tottenham Court Road, onde sei que existe uma loja da Apple pra ver se conseguia comprar um microfone pro computador pra podermos finalmente usar o tal do Skype. Chegando la fui informado que eles nao vendiam estes tipos de acessorios.

Cheguei na Ju por volta das onze. Ela estava fazendo um cafe e eu deseperado pra ir ao banheiro. Conheci o Darren, conversamos um pouquinho (cruzando as pernas) e finalmente me aliviei. Liguei pro Tomas pra ver se tudo estava bem, estava.
Aproveitei e tomei um cafe com a Ju e depois caminhei ate Claphan Junction, comprei um jornal e esperei pelo tal do trem.
Acabei chegando em casa quaze a uma da tarde. Cansado e os meninos so esperando por mim pra poder pular em cima.

E ia escrever sobre hoje e minhas visitas as escolas que estou escolhendo pro Luca, mas agora ficou tarde. Amanha eu escrevo sobre hoje, que amanha sera ontem. Mas tudo bem. Amanha tambem chega a sogra.